Bolsas de estudos e os partidos
políticos.
Um artigo de Mateus Esteita.
Muito recentemente o presidente do maior partido da oposição anunciou uma campanha de atribuição de 254 bolsas de estudos para cidadãos angolanos mas para o espanto de muitos as mesmas serão dirigidas somente a militantes do seu partido, causando assim um mar de revolta e frustração para alguns que se consideram apartidarios e gerou debates no seio de muitos acadêmicos. No mesmo dia do anuncio e em forma de resposta o secretário de estado para o Ensino superior anunciara a disponilidade de mais de duas mil bolsas de estudos do governo angolano e para alguns críticos a jogada parecia intencional afim de abafar a intenção do grupo partidário liderado por Adalberto.
Entre criticas e elogios das duas louvaveis iniciativas sobre mais bolsas de estudos para os angolanos, precisamos perceber e entender a gênese da bolsa de estudo no nosso territorio.
Em Angola, as primeiras manifestações para formação no exterior, surgiram num período compreendido entre 1482 a 1484, quando Diogo Cão chegou pela primeira vez ao Zaire. Queria ele mostrar a sua descoberta ao rei e a corte portuguesa, decide assim levar consigo para Lisboa um grupo de jovens provenientes do Reino do Kongo, de forma violenta e contra a vontade deles.
Em Portugal, os jovens, foram apresentados pelo rei D. João II, este ordenou que fossem instruídos e ensinados a aprender os costumes, a língua, os hábitos e as práticas da civilização portuguesa.
Posteriormente, quando alguns destes nativos voltaram para suas terras, o Manikongo Lukeni Lua Nimi notou a diferença existente entre a civilização portuguesa e o Reino do Kongo, decide assim mandar escrever uma carta para D. João II com a finalidade de enviar mais nativos angolanos para Portugal. A partir deste período, começou a movimentação volumosa de um conjunto de cidadãos do reino que se deslocavam como estudantes, com destino à capital portuguesa, para uma aquisição de conhecimento. Os primeiros bolseiros angolanos foram sob ordem do rei do Kongo, maioritariamente filhos dos mais poderosos membros da corte, inclusive o seu filho.
Posteriormente, quando alguns destes nativos voltaram para suas terras, o Manikongo Lukeni Lua Nimi notou a diferença existente entre a civilização portuguesa e o Reino do Kongo, decide assim mandar escrever uma carta para D. João II com a finalidade de enviar mais nativos angolanos para Portugal. A partir deste período, começou a movimentação volumosa de um conjunto de cidadãos do reino que se deslocavam como estudantes, com destino à capital portuguesa, para uma aquisição de conhecimento. Os primeiros bolseiros angolanos foram sob ordem do rei do Kongo, maioritariamente filhos dos mais poderosos membros da corte, inclusive o seu filho.
Apois o período colonial, com surgimento da primeira República, quando conquistamos a independencia em 1975 e no ano seguinte o Presidente Neto anunciara o ano da formacao de quadro e Angola continuou com o envio de jovens para o exterior, dando continuidade de muitas estratégias deixadas pelos portugueses na área da educação e ensino, surgiram varias organizações nacionais e internacionais que promoviam o ensino no exterior, por exemplo, partidos políticos como o MPLA, FNLA e a UNITA, enviavam seus membros para adquirir formações no exterior, mais tarde surge o Instituto Nacional de Bolsa de Estudo (INABE), com esta organização, a bolsa passou a significar um símbolo de honra e uma garantia para o futuro apesar de que a selecao nao era transparente, inclusiva e justa. Hoje com o esforco do executivo, o processo, se tornou menos burocrativo, mais transparente e mais inclusivo.
Em suma podemos afirmar que a bolsa de estudo sempre fez parte dos objectivos estratégicos dos partidos politicos afim de formar seus melhores quadros, para dota-los de conhecimentos e habilidades afim de poder concretizar seus planos e projectos socio-politicos ao longo dos prazos estabelicidos.
Hoje existe uma mudança de paradigma no que concerne as bolsas de estudo, alem dos planos do governo como PNFQ, organizações diplomaticas promovem o intercambio e o ensino na diaspora com regularidade, permitindo jovens e aspirantes a bolsas de estudos participarem com mais facilidade e inclusão no processo. Sendo assim é imperioso que se trabalhe na melhoria da qualidade de ensino em Angola afim de se apostar mais em bolsas de estudos internas que correspondam a qualidade de ensino exigida e adquirida no exterior.
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