Situação pré-coronavírus. Angola conta com mais de quatro milhões de desempregados.
Desde que o Estado angolano decretou o estado de emergência, hotéis fecharam as portas, centenas de pessoas perderam empregos, muitos jovens perderam entrevistas já agendadas, dezenas de pessoas morreram de fome, os crimes aumentaram e os restaurantes reduziram a produção porque não devem, por enquanto, ter clientes nos seus espaços.
Segundo uma nota do Instituto Nacional de Estatística, a que a Angop teve acesso em Março de 2020, a população desempregada com 15 ou mais anos, estimada em 4.627.158 pessoas, aumentou em 8,3% (356.053 pessoas) em relação ao terceiro trimestre de 2019 (4.271.105 cidadãos).
As mulheres continuam a ser mais afetadas pelo desemprego do que os homens, com uma taxa de 33,5% contra 30% para os homens, e a taxa de desemprego na área urbana (42,6%) é cerca de três vezes superior à da área rural (17.0%).
Nos últimos dois meses, extinguiram-se cerca de 4 mil postos de trabalho em Angola e os setores da hotelaria e da restauração estão à beira da falência, devido à pandemia. Estes factores levam sindicatos a pedir fundo de desemprego. A DW África, conta que nestes dois meses de estado de emergência as dificuldades são imensas para as empresas, porque a restauração não está autorizada a voltar ao funcionamento normal, como está a ocorrer com os outros setores.
Portanto, vimos por meio desta defender que a Covid-19 não é a principal causa do desemprego em Angola. Antes da pandemia o país já tinha mais de 3,5 milhões desempregados. As empresas e os trabalhadores são "reféns da economia que não funciona em Angola".
"Não é a Covid-19 que veio provocar isso. É preciso dizer que muitos querem se aproveitar da Covid-19. A situação real é da economia que não funciona no país. O problema é da economia do país que anda de patas para o ar e não encontramos ninguém com capacidade de colocar a economia a funcionar e proporcionar a vida melhor aos angolanos e, sobretudo, aos jovens que vão ter cada vez mais problemas em conseguir o primeiro emprego".
É bem provavel que o nível do desemprego em Angola poderá chegar aos 40% nos próximos dias. Por isso, precisa-se com urgência a implementação do subsídio para os desempregados.
"Estamos a falar da metade da população que estará no desemprego. É preciso que o Estado reveja isso. Se o Estado não tem capacidade de fazer funcionar a economia, tem que aprovar um subsídio para proteger o cidadão".
HÁ 188 MILHÕES DESDESEMPREGADOS NO MUNDO EM ANGOLA SÃO 4 MILHÕES
Um em cada dois jovens com idades entre os 15 e os 24 anos está desempregado, ou seja, 56,5%, o equivalente a 2,7 milhões de pessoas de um total de 4,8 milhões economicamente activa nesta faixa etária, indicam os dados do Inquérito sobre o Emprego em Angola (IEA do IV trimestre de 2019, divulgado esta semana pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que revelam um acréscimo da taxa de desemprego.
O desemprego jovem, de acordo com os gestores empresariais e especialistas, deve ser considerado um inimigo público, pelo que as autoridades devem ter isso em atenção na definição das políticas para estimular o mercado de trabalho.
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